XP Rio

Hoje teve início o XP 2006 aqui em Oulu, na Finlândia.
Ao todo, somos aproximadamente 260 participantes. Obviamente, tem muita gente de todas as partes da Europa, mas com algumas exceções interessantes, tais como França, Espanha e Portugal. Tem também muita gente dos EUA e Canadá e algumas pessoas de países no oriente, tais como Turquia, Israel, China, índia e Nova Zelândia. Eu sou o único representante da América Latina, mas amanhã, serão dois brasileiros, eu e minha esposa, que acabou de assumir o posto de fotógrafa do evento. :-) Como ela é fotógrafa profissional, a combinação não poderia ser melhor. Então, se tudo der certo, amanhã teremos fotos por aqui.

Os tutoriais que assisti hoje foram:

* Effective measurement of the software process
Alberto Sillitti e Giancarlo Succi (Itália)

* Programmers are from Mars, Customers are from Venus: A practical guide to working with customers on XP Projects
Angela Martir, Robert Biddle, James Noble (Nova Zelândia)

Em ambos os casos, algumas idéias interessantes, mas poucas novidades. Conversei com diversas pessoas hoje e a impressão inicial é um tanto óbvia. Os problemas por aqui para quem está usando, ou tentando usar XP, são bem semelhantes aos que temos no Brasil. Considerando os projetos XP em que estive envolvido nos últimos quatro anos, poderia dizer tranquilamente que estamos basicamente no mesmo nível que o pessoal daqui, mas em algumas coisas eu diria que estamos bem melhor. Em relação a diversos países, o Brasil está mais avançado no uso de XP. Na área acadêmica, em particular, eu diria que o Brasil se destaca, já que inúmeras faculdades ensinam XP atualmente e isso não é tão comum por aqui. Até porque, pelo que pude perceber conversando com algumas pessoas, é mais difícil alterar a grade curricular aqui.

No geral, minha impressão é que estamos indo muito bem, embora tenha muito, muito espaço para melhorar e muita empresa com potencial para usar XP no Brasil. Sendo que aí algumas coisas são infinitamente mais fáceis. Por exemplo, falamos uma única língua. Aqui, só na conferência, temos gente falando em torno de 20 idiomas diferentes. E aqui na Europa é bem complicado arrrumar gente qualificada, então a solução frequentemente acaba sendo importar gente de países diferentes, o que naturalmente leva a dificuldades com idiomas, diferenças culturais etc.

A conferência está só começando, mas a sensação que se tem é de que o Brasil tem tudo para crescer muito nessa área e certamente poderá colher muitos benefícios com isso. A propósito, uma coisa que é muito conhecida aqui é o apoio ao software livre, especialmente vindo do governo. Aqui todos parecem conhecer Lula e Gilberto Gil, além dos Ronaldos, Pelé e outros jogadores de futebol. :-) Aliás, o que mais se vê por aqui é gente vestindo a camisa do Brasil e torcendo pelo Brasil na Copa. Hoje almocei com um pessoal do Banco Central da Turquia e eles me disseram que por lá, todo mundo torce pelo Brasil desde criancinha. ;-)

Amanhã e mando mais novidades da conferência e, se possível, algumas fotos.

Grande abraço,

Vinícius Teles